O tecido ósseo é o componente principal do esqueleto e tem função de suporte, proteção de órgão vitais, alavanca e apoio para contração muscular e reserva de cálcio e fosfato, entre outros íons. É um tecido conjuntivo especializado formado por células (osteoblastos, osteócitos e osteoclasto) e matriz óssea (material extracelular calcificado).

 

Os osteócitos são células encontradas no interior da matriz óssea dentro de lacunas com canalículos por onde passam os prolongamentos dos osteócitos que fazem junções comunicantes para passagens de moléculas e íons com outros osteócitos. Sendo essenciais para a manutenção e integridade da matriz óssea. Os osteoblastos são células responsáveis por sintetizar a matriz óssea orgânica (colágeno do tipo I, proteoglicanos e glicoproteínas). Quando a matriz óssea orgânica torna-se mineralizada, o osteoblasto permanece aprisionado e passa a ser chamado de osteócito. Os osteoclastos são células móveis, grandes e multinucleadas, derivadas de monócitos que atravessam o vaso sanguíneo e são responsáveis pela reabsorção do tecido ósseo. A matriz óssea orgânica é formada por 95% de fibras colágenas do tipo I, a associação de hidroxiapatita torna a matriz rígida e resistente.

 

As superfícies externas e internas dos ossos são recobertas por células osteogênicas (endósteo) e tecido conjuntivo (periósteo). A camada mais superficial do periósteo contém fibras colágenas e fibroblastos. As fibras de sharpey (colágenas), penetram o tecido ósseo, prendendo firmemente este ao periósteo.

 

Estruturas do tecido ósseo.

Observe as fibras de sharpey entre o osso cortical e o periósteo.
Canais de Harvers (harvesiano): Em direção ao longo eixo do osso
Canais de Volkmann: Perpendicular ao longo eixo do osso
(fonte: NANCI, 2013)

 

De acordo com a classificação baseada no critério histológico o osso pode ser do tipo esponjoso (lacunar, reticulado) ou compacto (denso).

 

Tecido Ósseo compacto e Esponjoso
Fonte: JUNQUEIRA, 2013.

 

Tecido Cartilaginoso

 

É uma forma especializada de tecido conjuntivo avascular, de consistência semi-rígido, levemente flexível e desempenha funções tais como suporte de tecidos moles, revestimento de superfícies articulares, absorvendo choques e auxiliando o deslizamentos dos ossos nas articulações.

 

Possui uma matriz cartilaginosa reforçada por fibrilas de colágeno, presença de determinadas proteínas e glicoproteínas e proteoglicana. Sendo a principal constituinte macromolecular do tecido cartilaginoso. Também estão presentes células (condroblastos e condrócitos).

 

Os condroblastos são responsáveis pela síntese de matriz cartilaginosa e crescimento aposicional. Os condrócitos com capacidade de divisão, estão sepultados na matriz e são responsáveis pelo crescimento endocondral e secreção de colágeno do tipo II, realizam secreção de colágeno, proteoglicanos e glicoproteínas. O crescimento da cartilagem ocorre por meio de dois processos: (1) crescimento intersticial: por divisão mitótica dos condrócitos preexistentes; e (2) crescimento aposicional, que se faz a partir das células do pericôndrio.

 

Com exceção da fibrocartilagem e cartilagem articular, as cartilagens são envolvidas pelo pericôndrio (bainha de tecido conjuntivo) que possui duas camadas: (1) externa: fibrosa (colágeno tipo I) com fibroblastos e vasos sanguíneos; e (2) interna: celular (células condrogênicas). O pericôndrio tem a função de nutrir a cartilagem e fonte de novos Condrócitos para o crescimento.

 

Em relação ao tipo de cartilagem, pode ser classificados em: (1) cartilagem hialina: tipo mais frequente, responsável pelo crescimento dos ossos longos em extensão; (2) cartilagem elástica: semelhante a cartilagem hialina, presente no pavilhão auditivo, no conduto auditivo externo, na tuba auditiva, na epiglote e na cartilagem cuneiforme da laringe; e (3) Fibrosa: encontrada nos discos intervertebrais e não possui pericôndrio.

 

Referências

 

JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica – texto e atlas. 12ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013

 

NANCI, Antonio. Ten Cate histologia oral: desenvolvimento, estrutura e função. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013