Em infecções bacterianas já estabelecidas, o principal objetivo de tratamento é a remoção da causa. O uso dos antibióticos na prática odontológica com ação bactericida (eliminação) ou bacteriostático (controle) nos microrganismos deve ser restrito e utilizado apenas como adjuvantes terapêuticos, auxiliando o sistema imunológico. De acordo com o mecanismo de ação, os antibióticos de uso odontológico atuam sobre a parede celular, na síntese de proteínas e na síntese de ácido nucleico. As penicilinas são a primeira escolha para o tratamento de infecções bacterianas e preferência dá-se a amoxicilina devido a melhor e rápida absorção e meia vida-plasmática mais longa, permitindo aumentar o intervalo entre as doses (8-12 horas) favorecendo a adesão do paciente ao tratamento (ANDRADE, 2014).

A profilaxia antibiótica cirúrgica é a administração desses medicamentos antes de procedimentos odontológicos que envolvam a manipulação do tecido gengival ou da região periapical dos dentes ou a perfuração da mucosa oral, nos casos em que possa ocorrer algum tipo de infecção. Busca-se sempre alcançar um concentração ótima por um curto período de tempo nos tecidos no momento da cirurgia, pois o trauma nas superfícies mucosas pode liberar na corrente sanguínea diferentes microrganismos, causando desta forma uma bacteremia transitória com frequência e intensidade dependente da flora microbiana que coloniza o local traumatizado, da magnitude da lesão e o grau de inflamação ou infecção (Wilson, 2007).

Em pacientes diabéticos controlados o uso profilático de antibióticos não deve ser generalizado e utilizado de forma rotineira. Cada caso deve ser devidamente analisado juntamente com o médico que acompanha o paciente e quando bem indicado recomenda-se uma dose única uma hora antes do procedimento. Pacientes com condições cardíacas de alto risco para endocardite infecciosa, portadores de próteses ortopédicas, diabéticos não compensados, pacientes renais crônicos e imunocomprometidos, nos casos da não possibilidade de diálogo com o médico responsável ou em casos de urgências, é recomendado fazer uso de profilaxia antibiótica (ANDRADE, 2014).

Referências

ANDRADE, Eduardo Dias de. Terapêutica medicamentosa em Odontologia 3. ed. São Paulo: Artes Médicas, 2014.

WILSON W, TAUBERT KA, GEWITZ M, LOCKHART PB, BADDOUR LM, LEVISON M, et al. Prevention of infective endocarditis guidelines from the American Heart Association. Circulation ;116:1736-1754; 2007