Cistos palatinos do recém nascido
Características
- Origem: fusionamento das cristas palatinas e remanescentes de glandulas salivares menores do palato, conhecidos como Pérolas de Epstein ou Nódulos de Bohn.
- São comuns em 55% a 85% dos neonatos, comuns na crista do rebordo alveolar
- Pápulas brancas ou branco-amareladas.
- Aparecem mais comumente ao longo da linha média, na junção do palato duro com o mole.
- Grupo de 2 a 6 cistos ou isoladamente.
Histopatológico
- Cistos preenchidos por queratina, revestidos por epitélio pavimentoso estratificado.
Tratamento
- Não necessário
Cisto nasolabial (cisto nasoalveolar ou cisto de klestadt)
Características
- Origem: remanescente do epitélio do ducto nasolabial
- Elevação da asa do nariz
- Apaga o sulco mucolabial
- Maior prevalência entre 30 a 40 anos
- Predileção pelo gênero feminino
Histopatológico
- Revestido por epitélio colunar estratificado, exibindo muitas vezes células caliciformes e ciliadas
- A parede do cisto é composta de tecido conjuntivo fibroso com tecido muscular esquelético adjacente
Tratamento
- Remoção cirúrgica
- Reicidiva rara
Cisto globumaxilar
Características
- Origem: Remanescentes epiteliais do ectoderma participante da formação da face e cavidade oral
- Entre o canino e incisivo lateral superior
- O aspecto radiográfico: lesão radiolúcida bem-circunscrita entre as ápices do dente, com aspecto de pêra invertida
Histopatológico
- Epitéio pavimentoso estratificado com inflamação
- Características histopatológicas específicas de um ceratocisto odontogênico ou de um cisto periodontal lateral
Tratamento
- Remoção cirúrgica
- Tratamento endodôntico caso o dente esteja sem vitalidade
Cisto dentígero
Características
- Pode ter natureza inflamatória
- Conhecido como Cisto folicular devido a separação do folículo da coroa de um dente incluso
- Tipo mais comum: 20% dos cistos maxilares e raro na dentição decídua
- 3º molares inferiores (65%) e caninos superiores inclusos
- Relacionado com odontomas e supranumerários
- Maior prevalência entre 10 a 30 anos
- Aspectos radiográficos: radiolucidez associada a coroa de um dente incluso
- Variações radiográficas pode ser central, lateral e circunferencial
- Ocorre reabsorção radicular e deslocamento dos dentes
- Não inflamado
- capsula de tecido conjuntivo fibroso frouxo
- revestimento epitelial fino e não queratinizado
- Inflamado
- parede fibrosa da cavidade cística possui mais colágeno com infiltrado inflamatório crônico
Histopatológico
- Epitélio escamoso com hiperplasia
- Com queratina
Tratamento
- Se associado a dentes viáveis e houver o correspondente decíduo, não realizar a marsupialização, apenas remover o decíduo e fenestrar. Caso não haja o correspondente decíduo realizar a marsupialização.
- Se associado a dentes não viáveis enucleação total com exérese do dente associado.
- Em casos de tamanhos aumentados que podem comprometer tecidos importantes, realizar a descompressão para posterior enucleação.
- Recidiva rara
Cisto de erupção
Características
- Análogo do cisto dentígero no tecido mole
- Tumefação mole, translúcida na mucosa gengival
- Crianças com menos de 10 anos e mais comuns nos molares inferiores
- Traumatismo: cor púrpura ou castanha (hematoma de erupção)
Histopatológico
- Epeitélio oral na parte superior e infiltrado inflamatório variável na lamina própria
- Camada fina de epitélio pavimentoso não queratinizado
Tratamento
- Não necessita tratamento, porém pode ser realizado uma ulotomia para apressar a erupção do dente permanente.
Cisto periodontal lateral (botrióide)
Características
- Origem : restos de lâmina dentária
- Localiza-se na superfície lateral da raiz do dente vital
- 50 a 70 anos, raro antes dos 30 anos
- Maior prevalência no sexo masculino
- Acomete mais o incisivo lateral, caninos e pré-molares inferiores
- Assintomático
Histopatológico
- Revestimento epitelial cúbico fino 1 a 3 camadas exibindo áreas de espessamento modular compostas principalmentes por células claras
- Cápsula fina
Tratamento
- Enucleação conservadora
- Recidiva rara
Queratocistos – TOC/Ceratocisto Odontogênico
Características
- Origem: restos Celulares da lâmina dentária
- Apresenta mecanismo diferente de crescimento e comportamento biológico comparado ao cistos dentígeros e radiculares, podendo estar relacionado a fatores genéticos ou atividade enzimática na parede fibrosa do cisto
- Denominado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como Tumor Odontogênico Queratocisto ou Ceratocisto – TOC e posteriormente, em 2017 (4ª edição da Classificação da OMS de Tumores de Cabeça e Pescoço) retornou à categoria de cisto, como Ceratocisto Odontogênico.
- Grande potencial de crescimento comparado com a maioria dos cistos odontogênicos
- Alto indice de recidiva
- Possível associação com a síndrome do carcinoma nevóide basocelular
- Maior acometimento na mandíbula com envolvimento do corpo posterior e do ramo da mandíbula
- Radiograficamente exibem uma área radiolúcida, com margens radiopacas bem definidas, lesões grandes podem se apresentam multiloculadas.
- A reabsorção das raízes dos dentes erupcionados adjacentes aos queratocistos é menos comum do que a notada com o s cistos dentígeros e radicular
Histopatológico
- Exibe cápsula delgada, friável, provoca dificuldade de enucleação do osso em uma peça única
Tratamento
- Enucleação completa e tratamento complementar com crioterapia ou osteotomia periférica ou aplicar a solução de Carnoy.
- Lesões grandes: descompressão e posterior enucleação com tratamento complementar.
Referências
Neville W. Brad, Damm D. Douglas; PATOLOGIA ORAL E MAXILOFACIAL 4º EDIÇÃO, 2016
TOMMASI, Maria Helena M.; Diagnostico em Patologia Bucal, 4º ed. , 2014
SAYÃO, Sandra Endodontia: ciência, tecnologia e arte: do diagnóstico ao acompanhamento, 2 Ed, Ed Santos, 2007.