A férula pode ser definido como um colar coronário de 360º que circunda as paredes axiais (paralelas) da dentina que se estende coronal ao ombro do preparo em uma altura média de 1,5 a 2 mm da estrutura remanescente do dente após o preparo e tem o papel de melhorar a resistência mecânica do conjunto pino-coroa (Mamoun, 2014). Essa informação é de suma importância para o diagnóstico e planejamento em reabilitação oral.
A colocação de uma coroa em torno do preparo cria um efeito de férula protetor auxiliando na resistência da estrutura dentaria remanescente contra fraturas.
O Efeito férula é dado pela característica de abraçamento realizado na estrutura dentária coronária remanescente após o preparo pela coroa utilizada na restauração. Esse efeito previne a fratura vertical da raiz e melhora a integridade do dente tratado endodonticamente, uma vez que as forças funcionais, principalmente as laterais, são neutralizadas e o efeito cunha dos pinos cônicos é diminuído.
Quanto maior o remanescente dentário coronal, melhor a distribuição de estresse gerado pelo pino, protegendo dessa forma, o dente contra fraturas. Sendo assim a quantidade de férula é muito mais importante do que o tipo de material que o pino e o núcleo são feitos.
Na ausência de remanescente dentário coronal, os núcleos metálicos fundidos são a melhor opção por apresentarem maior resistência a fraturas.
Já os pinos pré-fabricados (fibra de vidro) quando colocados em dentes que apresentam menos de 2 mm de férula, estão sujeitos a descimentação por falha na interface pino/cimento/dentina, em especial quando do uso de adesivos e cimentos resinosos e pode levar dessa forma a fratura da raiz, devido ao pino que quando descimentado exerce junto a coroa um acção de alavanca. Dessa forma para remanescente de estrutura dentária com mais de 2 mm podem ser indicados o uso de pino de fibra de vidro, além do pino metálico fundido (PEREIRA, 2011).
Referências
PEGORARO LF et al. Fundamentos de Prótese Fixa – Série Abeno 1ed. Editora Artes Medicas – 2014
Mamoun JS. On the ferrule effect and the biomechanical stability of teeth restored with cores, posts, and crowns. Eur J Dent. 2014;8:281–286.
PEREIRA, J. R. Retentores Intrarradiculares. São Paulo: Artes Médicas, 2011.
Parabéns pelo post, esclarecedor!
Excelente post!!!