A finalidade da prova estética e funcional é identificar e corrigir características que estejam comprometendo a estética e/ou função, permitir uma previsibilidade do resultado final e pequenas alterações solicitadas pelo paciente. Neste momento também pode ser realizada a escolha da cor gengival a ser reproduzida pela resina acrílica.
A prótese encerada e desinfetada deve ser levada a boca e solicitar ao paciente que oclua até os dentes se tocarem. Verificar a posição oclusal e a harmonia facial como:
- A cor, forma, tamanho, posição e alinhamento dos dentes artificiais
- Confirmar se a dimensão vertical foi atingida corretamente, pode-se utilizar os métodos métricos, estéticos e fonéticos.
- Verificar o suporte labial, a linha mediana da face com os incisivos centrais superiores
- Observar o sorriso discreto com boca fechada para avaliar o corredor bucal
Após a instalação da prótese em boca, mostrar ao paciente com um espelho que seja possível observar todo o rosto.
Instalação da Prótese
A instalação final da prótese na boca do paciente é a fase em que será realizada a adaptação da prótese ao paciente e do paciente a prótese, desta forma, deve-se ter conhecimento dos procedimentos de instalação assim como identificar as necessidades de ajustes e retoques necessários, melhorando a estabilidade e oferecendo melhor conforto ao paciente.
Inicialmente realizar a desinfecção prótese: 10 minutos com hipoclorito de sódio a 2,5%, lavar com água corrente e colocar em um recipiente com soro fisiológico por 5 minutos.
Antes de levar a boca do paciente verificar se há ocorrência de pérolas de acrílico na superfície da prótese, causadas por bolhas negativas do gesso, com apalpação ou inspecção visual. Passar um algodão na superfície externa para avalisar a lisura e polimento.
Na instalação na boca do paciente, usar um material evidenciador sobre a superfície interna da prótese para localizar áreas que necessitem de alivio, sem comprometer a retenção.
Adaptações que podem ser necessárias:
- Na borda da prótese na zona de selamento periférico
- Alívios das inserções musculares
Ajuste oclusal
Após a verificação visual dos requisitos oclusais e a dimensão vertical de oclusão, com o auxilio de um papel carbono verificar os contatos oclusais.
Os tipos de contatos oclusais para ajuste podem ser em halo ou anel, área ou disco e ponto. Devem ser ajustados os pontos de contato forte, sem desgastar ponta de cúspides, principalmente as vestibulares inferiores e as palatinas superiores (V.I.P.S.). O desgaste deve ocorrer nas vertentes e aprofundar os sulcos e fossas.
Aspectos estéticos e fonéticos
Verificar por dificuldade de pronúncia:
- O “F” soa com som de “V” os dentes estão longos .
- O “P” e “B ” indicam existência de espaço de pronúncia exagerado .
- O “S” trespasse horizontal: superior vestibularizado ou inferior lingualizado.
- O “T ” volume excessivo de resina no palato anterior .
- O “G ” volume excessivo de resina no palato posterior
Orientações de Higienização
Para a peça protética:
- Meios Físicos: utilizar escova para dentadura com sabão neutro ou detergente neutro.
- Meios Químicos: utilizar 15 ml de hipoclorito de sódio a 2% diluídos em 300 ml de água por 10 minutos a cada 4 dias.
Para a região edentula:
- Utilizar escova dental com cerdas macia, higienizar gengiva, bochechas, palato e língua
Em relação ao uso de adesivos ou fixadores, este deve ser de material atóxico, não irritante e biologicamente compatível com a mucosa bucal, inodoro, insípido e de fácil aplicação e remoção
Após a instalação das próteses, deve-se realizar acompanhamento periódico. Quando não bem higienizada, a prótese dentária se torna em uma importante fonte de infecção para o paciente. Portadores de próteses totais (PT) são idosos, e sendo assim, muitos apresentam comprometimentos sistêmicos, que os tornam mais suscetíveis às infecções; e, às vezes, também possuem dificuldades motoras, que comprometem a higienização da prótese. É indicado que o retorno seja em 24 horas, seguidos de 01 semana, 03 semanas e anualmente.
Referências
GONÇALVES et al, Higienização de Próteses Totais e Parciais Removíveis. Revista Brasileira de Ciências da Saúde. V.15, n.1, p. 87-94, 2011
RUSSI et al. Prótese Total e Prótese Parcial Removível – Série Abeno: Odontologia Essencial – Parte Clínica. 1 Ed. , 2014